Instrumento de sopro, de difícil execução, feito do chifre do boi. Emite um som forte e grave, porém aveludado. Tocado pelos peões nas antigas comitivas que transportavam boiadas, seu toque chama e comanda o gado para arrebanhar, descansar, "posá no maiadô" e seguir viagem. Para cada situação existe um toque próprio que conduz as rezes. O toque do berrante tem a função do aboio que é guiar o gado. O berrante é feito de um único e longo chifre de boi ou de dois chifres menores emendados.
Pelas suas características classifica-se no grupo do corno de caça ou buzina. Embora seja um instrumento característico de Goiás, Triângulo Mineiro e Mato Grosso, encontramos esse instrumento entre os camponeses do Minho, Portugal. Observamos que a maioria dos colonizadores portugueses que vieram para Goiás, eram originários dessa região. Há também instrumento semelhante entre os árabes. Berranteiro é que toca berrante. Ele vai à frente da boiada, junto com o guia. Os bons berranteiros conseguem executar música popular em seu instrumento.
A polegada encerra 2 centímetros e pouco mais de meio, e o palmo é calculado em 8 polegadas. Na prática, o palmo é representado pela extensão que vai da ponta do dedo polegar à extremidade do dedo mínimo da mão de um homem de estatura média. Um carro dito inteirado deve pegar 40 jacás de milho e, de altura, as rodas terão 6 palmos e meio: um pouco mais contando a espessura da ferragem. Nada é arbitrário num carro-de-boi. Essa dimensão das rodas corresponde à altura que vai do pescoço do boi ao chão, pois, se assim não fosse, o nível da mesa seria afetado: inclinado para a frente no boi menor, e para o alto no boi maior.
Também a longura de um boi normal, erado, determina o comprimento do cabeçalho do carro, da marmela à chavelha onde a canga-de-cabeçalho é jungida.
A curvatura das chedas, percorrida do bojo da mesa à palmatória (junção da marmela), abre espaço para o diâmetro do corpo do boi que, dessa forma, fica ele no alinhamento do carro, pisando, exatamente, no trilho das rodas, abrindo e conservando os facões das estradas. Entra no cálculo dessas dimensões o espaço que intermedia a roda e o bojo da mesa, as empurgueiras. As paralelas das estradas carreiras de Goiás são mais largas que as de Minas Gerais, daí variarem as empurgueiras dos carros goiano e mineiro, já que as mesas de ambos têm, como convenção, a medida de 40 jacás, prevale cente nos dois estados. Aferimento das medidas – O jacá de milho, unidade de uma carrada, pega duas mãos; uma mão são 15 atilhos, e um atilho são 4 espigas. De sorte que numa operação aritmética de multiplicar -4x15 = 60x2 = -120x40 encontramos 4.800 espigas, perfazendo uma carrada de milho aferindo as proporções tradicionais de um carro-de-boi.
As qualidades das madeiras - Para o par de rodas, a madeira indicada é o bálsamo. O nome clássico dessa preciosa madeira é cabreúva, classificada cientificamente como Myrocarpus fondosus, família das leguminosas-Papilonáceas. É de numerosas aplicações na carpintaria e marcenaria, porém, para fazer, principalmente, as rodas de carro-de-boi é inigualável. Não é atacada pelos rigores dos temporais porque não trinca, impermeável, portanto, à umidade; segura bem os pregos da ferragem porque é antioxidante; relativamente de baixo peso específico, madeira macia, que cede pacificamente ao corte das ferramentas sua ocorrência nas matas de terra roxa dá-se quase sempre nas bordas das grotas, difícil de tirar.
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