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Modalidade de Rodeio Laço Individual ou Tie-Down Roping

POR: Silver Spurs Rodeo, Wikipedia, ProRodeo, cavalus.com.br
FOTO: PRCA, East Oregonian, Spicer Gripp

Tie-Down Roping, ou Laço Individual, mostra a habilidade do competidor com a corda e o bezerro; o Brasil tem um campeão mundial da modalidade

A maioria dos esportes equestres que vemos hoje tem raízes nas tarefas da pecuária nos primeiros dias do Velho Oeste. Portanto, a origem do Tie-Down Roping, ou Laço Individual, é americana. Trabalhar com gado, pastorear bois e laçar bezerros são tarefas do dia a dia dos ranchos. Com toda a certeza, uma das ações mais antigas da atividade é o laço.

Naquela época, por volta do Século 18, os fazendeiros não tinham as comodidades de cercas elétricas. Nem da medicina moderna para lidar com o que tinham pela frente. Sobretudo, era um tempo em que o Oeste dos Estados Unidos estava subdesenvolvido. Embora o tempo e a tecnologia tenham mudado a paisagem por lá, tudo que é ligado ao rodeio parece inalterado.

Sem dúvida, uma das funções que continua até hoje em fazendas de todo o mundo. O Laço Individual, portanto, testa a habilidade do cavalo em seguir o bezerro em velocidade. Dessa forma, fornece ao cavaleiro a melhor oportunidade de laçá-lo. Anteriormente, a modalidade era chamada de Laço de Bezerro ou Calf Roping.

Assim como no Laço em Dupla, o Laço Individual nasceu dos deveres de vaqueiros. No dia a dia de seu trabalho, precisam pegar e conter bezerros para marcar ou tratar. Os fazendeiros se orgulhavam da velocidade com que podiam laçar os bezerros, o que logo transformou o trabalho em competições informais.

O esporte começou então com a Professional Rodeo Cowboys Association nos Estados Unidos. E chegou ao Brasil através da Associação Brasileira do Quarto de Milha.

Origem

Colocar a "mão na massa" era tarefa dos fazendeiros de outrora. Precisavam, principalmente, confiar em seus instintos. Acima de tudo, ter a parceria dos seus cavalos e, eventualmente, de alguns bons amigos. Era necessário "sujar" as mãos para fazer o trabalho de manejo que qualquer propriedade rural necessitava.

Uma das maiores, e provavelmente mais importantes, tarefas é garantir que seu rebanho seja saudável. Assim como que seu gado não se perca no pasto de seus vizinhos. Para evitar que essas coisas acontecessem, o pessoal daquela época aprendeu rapidamente como laçar seus bois. A contenção também ajuda na avaliação de algum machucado ou na marcação do gado.

Seja como for, uma coisa levou a outra e foi criada uma modalidade de laço nos rodeios. Ao contrário dos campos gramados dos tempos antigos, o Laço Individual moderno geralmente ocorre na terra. É mais seguro para o bezerro, para o competidor e seu cavalo. Para se ter um parâmetro, os bezerros devem pesar entre 90 a 127 kg.

Nas provas de Laço Individual a inspeção nos animais é rígida. Juízes registrados em Associações e com experiência atestam a sanidade física e mental do gado. Mas também dos cavalos. Entre as principais regras, a presença de um médico veterinário. E ainda clausulas específicas de bem-estar animal.

Regras

Depois de liberados na inspeção, os bezerros entram no brete. Quando chega a sua vez, recebem uma corda leve ao redor do pescoço, que desata quando a porta abre. Em frente ao brete do competidor também é armada uma barreira. Artifício usado para garantir que o bezerro tenha uma vantagem inicial.

Então, o laçador dá o sinal 'verde' e pede a liberação do bezerro. A porta o brete é aberta e eles correm em direção à pista. Os bezerros são sorteados para cada laçador. O competidor não pode ultrapassar sua barreira antes que o bezerro atravesse a dele. Caso ocorra, há uma penalidade de dez segundos ao seu tempo final.

O cronometro é acionado quando o laçador sente que está pronto. Em seguida, cavaleiro, cavaleiro e bezerro estão em velocidade na pista. Com o intuito de finalizar a corrida, o laçador joga a corda ao redor do pescoço do bezerro. Nesse momento, o cavalo faz uma parada, o cavaleiro desmonta e segue em direção ao bezerro a pé.

O laçador deve suspendê-lo, levantar as patas do chão para 'peiar' três delas. Feito isso, levanta a mão, o cronômetro para. Ele faz o caminho de volta ao seu cavalo. Enquanto isso, o juiz espera seis segundos para garantir que as pernas do bezerro permaneçam amarradas. Nesse meio tempo, se ele se soltar invalida a laçada.

Tie-Down Roping

O recorde mundial da modalidade é 6s3, de Rick Canton em 2005. A PRCA também marca 6s5 de Cody Oh na National Finals Rodeo de 2003. Mesmo tempo marcado por Clint Robinson em 2004 e Ryan Jarret em 2014. Mas é na casa dos 7 segundos que a maioria dos laçadores fica. Aliás, um tempo considerado perfeito aqui no Brasil também.

Além do laço cronometrado, por aqui uma modalidade que ganha cada vez mais espaço é o Laço Individual Técnico. Desse modo, o conjunto é avaliado de acordo com as manobras que executa e não através do tempo marcado. O laçador mais pontuado pela ABQM é o veterano Nolberto Bobeda. Enquanto no Técnico, Marcos Peres lidera como mais pontuado.

Além da ABQM, diversas associações realizam campeonatos. A entidade mais representativa hoje é a Associação Nacional de Laço Individual – ANLI. Do mesmo modo que a PRO Tie-Down Roping, recém-criada para fomentar a categoria profissional. Do Mirim ao Master, todos podem laçar.

Brasileiro campeão mundial de Laço Individual

Em 2017, o mundo parou para ver Marcos Alan Costa ser campeão mundial PRCA de Tie-Down Roping. Como se diz hoje em dia, ele ‘zerou a vida’ ao conquistar o título mais sonhado de dez entre dez laçadores. O brasileiro terminou a temporada 2017 com US$ 317.421,33. Foi uma vitória conquistada round a round. Natural do Paraná, o laçador hoje mora em Childress, Texas, com sua esposa, a amazona Keyla Polizello.

Com a mentoria de Stran Smith, ele foi para os Estados Unidos. Desde 2014 atua profissionalmente pela PRCA. Ao todo, são mais de US$ 830 mil em ganhos e três finais mundiais. Marquinhos estava liderando o ranking 2018 quando machucou o joelho. Precisou abrir mão da temporada para fazer cirurgia e se recuperar. Desde então, luta bravamente com os melhores do mundo para retornar ao topo da tabela. Em 2019 foi 19° colocado e na atual classificação é o 29°.

Entre seus feitos ainda na 'terra do Tio Sam', foi segundo lugar no ranking de Novato do Ano em 2014. Nos anos seguintes, ganhou diversas etapas do campeonato mundial. Entre elas o importante rodeio de Denver em 2017 e foi campeão do circuito do Texas em 2018. Marquinhos também foi bicampeão mundial AQHA 2017-18. Assim como ganhou o The Patriot esse ano.

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